O tamanho das áreas cultivadas com espécies agrícolas que dependem direta ou indiretamente da polinização vem crescendo anualmente, enquanto o serviço de polinização dos insetos tem sofrido riscos de diminuir ou desaparecer devido a inúmeros fatores (Aizen e Harder 2009). Isso ocorre porque o serviço de polinização dos insetos não costuma fazer parte do planejamento e muito menos das práticas agrícolas adotadas na maioria dos países (Breeze et al. 2014).
Um dos motivos que contribui para que os insetos polinizadores não façam parte do manejo agrícola é a falta de estudos consistentes e atualizados sobre a importância dessas espécies na produtividade das principais culturas agrícolas. Em muitos casos, os estudos são complexos pois é difícil avaliar a contribuição de polinizadores que não são manejados racionalmente. Garibaldi et al. (2013) verificou que, de todas as culturas cultivadas no mundo, pelo menos 41 dependem da polinização realizada por polinizadores silvestres.
No Brasil, Gianini et al. (2015) concluíram que 29% das espécies agrícolas dependem da polinização para alcançar produção significativa. Além disso, os mesmos autores observaram que o incremento agrícola devido aos polinizadores representa 30% do valor total de mercado. Contudo, a contribuição de produção, devido à polinização realizada por polinizadores silvestres, depende diretamente da abundância dessas espécies nas proximidades da lavoura.
Fonte:
Aizen MA, Harder LD (2009) The global stock of domesticated honey bees is growing slower than agricultural demand for pollination. Current Biology 19:1–4.
Breeze TD et al. (2014) Agricultural policies exacerbate honeybee pollination service supply-demand mismatches across Europe. PLoS One 9:e82996.
Garibaldi LA et al. (2013) Wild pollinators enhance fruit set of crops regardless of honey bee abundance. Science 339:1608–1611.
Gianini TC et al. (2015) The dependence of crops for pollinators and the economic value of pollination in Brazil. Journal of Economic Entomology 108(3):1-9.